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Startups brasileiras e o otimismo da geração Y

Startups brasileiras e o otimismo da geração Y

Cento e cinquenta startups brasileiras estão aproveitando a Campus Party para mostrar seus produtos e serviços. Buscam, assim, como toda boa empresa no seu começo, financiamento. No espaço, chamado Startup & Makers, as pequenas empresas ganham uma mesa, um quadro e quatro cadeiras para receber possíveis clientes e financiadores. Além disso, elas têm a chance de fazer um pitch (apresentação) de cinco minutos de seu serviço em um palco.

Startups brasileiras

Sérgio Oliveira, 26 anos, e Philipe Coutinho, 28, vieram de Natal (RN) para divulgar a Meu Peludo. Uma startup que faz coleiras para cães e gatos com QR Code, para que os donos consigam encontrar os animais por GPS. Para a dupla, o mais o importante do evento é a chance de conhecer e trocar experiência com outros jovens empreendedores do local. “E também tem a possibilidade de ter contato com o público que consome tecnologia”, completou Oliveira.

Nathan Dias Andrade, 23, da startup Pandô, um aplicativo de gerenciamento de eventos, concorda. “É nossa primeira vez na Campus Party e a experiência está sendo muito boa. Viemos em busca de financiamento e também de contatos, o que é o mais importante”, afirmou.

O problema era a falta de internet em diversos estandes da Startup & Makers desde o início da feira, na segunda. “Está sendo horrível, porque a gente precisa de conexão para mostrar nosso produto”, reclamou Andrade. O problema foi resolvido no começo da tarde de ontem.

O otimismo da geração Y e as startups brasileiras

87% dos entrevistados brasileiros da chamada geração millennial acreditam que terão uma renda boa ao se aposentarem. Nesse sentido, 94% acham que serão profissionais de ponta em suas carreiras. “É a única geração no país que vê uma luz no fim do túnel”, disse o CEO da Global Mandalah, Lourenço Bustani.

Nesse ínterim, jovens de 18 a 30 anos — a chamada geração “millennial” ou “geração Y” — e sua relação com o mundo foram tema de palestra na manhã de ontem no palco principal da Campus Party 2014. A partir de dados da pesquisa Millennial, feita pela Telefonica com 12.171 pessoas de todo o mundo. Por exemplo, O CEO da Global Mandalah, Lourenço Bustani, comentou sobre o otimismo dos jovens em relação ao mercado e ao futuro, em especial os brasileiros.

Hoje nós somos conectados com a comunidade global. Há 20 anos, o que acontecia no Brasil ficava por aqui e o que acontecia na Austrália ou na Índia não chegava aqui”. O que disse Bustani pareceu uma tentativa de explicar por que 58% dos 1.028 brasileiros entrevistados na pesquisa acreditam que podem causar uma mudança global. Movidos principalmente pela tecnologia.

De acordo com o levantamento, 18% dos líderes millennials — jovens empreendedores e antenados com a tecnologia — identificados pela pesquisa estão no Brasil. Deste número, 87% acreditam que o Brasil tem um futuro melhor à frente, enquanto 69% acham que a tecnologia melhorou a forma de se informarem sobre política.

De maneira semelhante, as redes sociais, que tiveram papel importante nos protestos do ano passado, também foram contempladas. Segundo o levantamento, por exemplo, 63% dos líderes brasileiros consideram que as mídias sociais têm um papel importante nos eventos políticos. Assim, avalia Bustani: “Quanto pior é o momento, mais libertadora fica a tecnologia”.

Prioridade

O investimento em educação é considerado uma prioridade para os millenials brasileiros. 54% dos jovens acreditam que o tema é uma chave de mudança essencial para o futuro. Dos aspectos negativos do país atualmente, a desigualdade social é considerado o mais alarmante pelos entrevistados (19%).

Para Bustani, é importante que o jovens empreendedores aproveitem isso para oferecer uma oportunidade de mudança. “Temos que pensar em maneiras empreendedoras de ajudar a diminuir a desigualdade social”, reforçou, ao comentar sobre as startups brasileiras.

Marcelo Furtado

Gazeta do Povo”, 30.01.2014