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Veja a reportagem do G1 sobre serviço de secretariado remoto

Curitibana cria serviço de secretária remota

Curitibana decide trabalhar em casa e cria o serviço de secretaria remota. Ela atende diversas empresas e profissionais liberais ao mesmo tempo. ‘É como se ela estivesse na minha sala o tempo inteiro’, relata cliente.

Deisiane Zortea Secretariado Remoto

O número de brasileiros que aderiram à internet superou os 68 milhões e, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), cerca de um milhão de pessoas ingressam na rede a cada três meses. Essa expansão do meio eletrônico cria diferentes possibilidades de negócios para aqueles que têm boas ideias e coragem para apostar na web.

De olho neste público que busca informações, produtos e serviços na internet, Deisiane Zortea Kuckla, de 33 anos, enxergou uma oportunidade de negócio. Toda empresa precisa de um funcionário ou uma equipe responsável pelas questões administrativas. Foi a partir desta demanda que Deisiane decidiu se tornar secretária remota e assistente virtual. Ela atende empresas e, principalmente, profissionais liberais e fica responsável pelo controle da agenda, pelas contas a pagar e a receber, pelo contato com os clientes e qualquer outro serviço administrativo.

“Eu tinha muito contato com profissionais liberais e vi que eles tinham essa dificuldade em organizar a vida profissional deles, cuidar da agenda, contato com cliente, dificuldade de resolver a vida profissional, como questões burocráticas. Então, pensei porque não trabalhar com isso”, lembrou Deisiane. Ela também firma contratos temporários, para as ocasiões em que as empresas precisam de um auxilio específico para a organização de um evento, por exemplo. E qualquer trabalho pode ser realizado, desde uma simples digitação até o apoio logístico para treinamentos ou seminários.

Na hora de definir o preço, a secretária remota considera dois aspectos. O primeiro é o tempo dispensado para cada tarefa, para cada empresa. O outro é a complexidade do serviço. Quando o serviço exige uma conversa mais detalhada. Deisiane marca um encontro com o cliente em um café qualquer de Curitiba para discutir assuntos de trabalho.
Mas é lógico você tem que se preparar, fiz uma pesquisa para ter certeza que o mercado iria entender o que eu estava propondo”

Deisiane Kuckla, secretaria remota

Por trás da decisão estava a experiência de 12 anos como assistente administrativa que a incentivou a abandonar o emprego e encarar o desafio de ser dona do próprio negócio virtual. Em momento algum, segundo Deisiane, ela hesitou antes de apostar na mudança profissional. “Eu sentia a necessidade dos profissionais liberais, então, não tive receio. Mas é lógico você tem que se preparar, fiz uma pesquisa para ter certeza que o mercado ira entender o que eu estava propondo”, afirmou. Além disso, trabalhar em casa já era um desejo de Deisiane. “Foi aquele feeling. Eu queria trabalhar home-office, mas não sabia como”, contou.

Se for para comparar a vida antes e depois, a secretária remota não tem dúvidas de que valeu a pena tanto financeiramente quanto pela satisfação pessoal. “Eu vejo em primeiro lugar como qualidade de vida. Só de não ter que sair de casa para pegar ônibus ou trânsito, não ter que levantar de madrugada e sair com frio e com chuva já vale a pena”, avaliou Deisiane.

Segundo Deisiane, iniciar um empreendimento na internet, assim como qualquer outro convencional, exige disciplina. Ela conta que estabeleceu uma rotina de trabalho como a de uma empresa convencional, trabalha de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, com uma hora de almoço.

Cliente diz que funciona

David queiroz cliente Zortea Secretariado remoto

O arquiteto David Queiroz trabalha com instalação acústica em edifícios. Em plena busca por uma profissional que pudesse cuidar das questões administrativas do escritório, ele recebeu a indicação de Deisiane. David confessou que, a princípio, a ideia de uma secretaria remota causou desconfiança.

“Será que vai funcionar, a gente pensa que é fantasia. Mas eu tinha uma boa indicação e fiz uma espécie de beta-teste e ela se mostrou muito eficaz”, contou.

Ela faz prospecção de novos clientes e caso as empresas contatadas apresentem interesse, ela apresenta o serviço do escritório. E, em um passo seguinte, se o cliente contratar os serviços, ela monitora o contrato. Deisiane também é responsável pela cobrança e pelo pagamento de contas. “Na minha atividade, como qualquer microempresário, eu estou sempre correndo e, às vezes, não quero lidar com essas coisas. Então, falo para ela: cobra desse cara aí”, contou o arquiteto.

Para facilitar ainda mais, eles utilizam arquivo de dados “em nuvens” para compartilhar planilhas e documentos. Assim, se um deles fizer alguma alteração, o sistema atualiza e o outro fica ciente da movimentação. “Para mim, funciona muito bem. A gente migrou o escritório para a nuvem. Está tudo lá. É como se ela estivesse na minha sala o tempo inteiro, se preciso falar com ela, utilizo o Skype. Funciona tudo em tempo real”, explicou.

Inicialmente, a dupla utilizava softwares gratuitos para o compartilhamento dos arquivos. Mas com o aumento da demanda, eles contrataram um servidor. “As empresas nacionais também já tem tecnologia para este tipo de aplicação. Os provedores têm sistema de nuvem próprio. A gente eliminou aquele negócio de arquivo grande para pendrive ou ‘manda para mim por email, de novo’”, brincou.

David contratou Deisiane para trabalhar seis horas por semana, no início eram menos horas. As tarefas são realizadas sempre às segundas-feiras e, dependendo da demanda do escritório, ele pede para ela fazer horas a mais e paga por isso.

“É muito mais barato para mim. À medida que eu preciso, eu posso até dobrar as horas no mês e tenho o serviço. Se no seguinte eu não precisa, volta para a minha hora basal”, afirmou David. Segundo ele, a contratação de uma secretaria remota é mais barata do que a de uma profissional convencional.

Ele destaca que ela emite nota e isso, para ele, que trabalha como pessoa jurídica, é muito bom, porque ele leva o documento para o contador e o balanço do escritório fica como determina a lei. Ele lembrou ainda que o contrato com Deisiane ele não precisa pagar os encargos sociais.
Fonte: G1 Paraná